domingo, 29 de junho de 2014

dan2010: Uma história de vida...

dan2010: Uma história de vida...: Menina à época, quando há 50 anos a conheci vivenciamos uma relação explosiva num amor até então não experimentado. Quatro anos se passaram...

Uma história de vida...

Menina à época, quando há 50 anos a conheci vivenciamos uma relação explosiva num amor até então não experimentado. Quatro anos se passaram, há 46 nos, portanto, no átrio da Igreja Matriz sob o mando paroquial, do hoje, Bispo Emérito de Duque de Caxias, Dom Mauro Morelli, do Padre Jamil Nassif Abib, hoje Monsenhor em Piracicaba e do Padre Augusto, hoje a seleção celestial, para ali sacramentar a união sob a benção de Deus e das leis da Igreja. 

Muitos sonhos, muitas alegrias, percalços, encontros e desencontros, desencantos e muitos encantos no caminhar na estrada da vida e neste andar, fomos agraciados com cinco jóias de raros esplendores — Ana Paula, Renata Andréa, Vanessa, Giovanna e Alfio B. Bogdan — que igualmente nos deram as suas raras, jóias do quilate de Bianca, João Pedro, Paulo, Gabriel e Ana Clara. 

A história não se faz com “se” e assim, aqui chegamos e continuando a olhar para o horizonte futuro e para ali, com segurança ainda caminhamos. Deixamos longe nossas origens, cidades onde vivemos nossas infâncias e adolescências, mas a vida é vivida ao longo desta estrada na qual registramos todas nossas emoções num danado esforço para manter o caminhar e registrando nossas indignações evitando o resignar. 

Hoje sorvemos a alegria do crescimento, satisfação e esplendores de nossas jóias. Há que se registrar a dedicação com que aquela menina, ainda, nos dias de hoje, dedica à união da estrutura familiar, entregando-se a cada um como se fosse único. Resta-me pedir ao Criador para que derrame as bênçãos sobre você, e a família constituída, guardando-a sob o poder de Seu Manto Sagrado, Suzana Maria Barbério Bogdan. Com o amor de todos nós!!! 
alfio bogdan 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

dan2010: A elite branca e bem nascidos mostraram total desc...

dan2010: A elite branca e bem nascidos mostraram total desc...: WADIH DAMOUS // 23 de junho de 2014 O que houve com Dilma ultrapassou em muito uma vaia. Foi falta de educação e grosseria. A vaia pode...

A elite branca e bem nascidos mostraram total desconhecimento de educação

WADIH DAMOUS // 23 de junho de 2014

O que houve com Dilma ultrapassou em muito uma vaia. Foi falta de educação e grosseria. A vaia poderia até ser interpretada como manifestação política - mas xingamentos e palavrões não se justificam
Vaias a políticos não são novidade em estádios no Brasil. E são compreensíveis. Têm a sua razão de ser. A plateia está lá para assistir aos jogos e reage mal se sente que alguém quer pegar carona no evento esportivo. Sente cheiro de oportunismo político, muitas vezes, com razão.
Mas nem um ferrenho adversário poderia dizer que a presidente Dilma Rousseff estava no jogo de abertura da Copa do Mundo para buscar dividendos políticos. Como presidente da República, cumpria um papel institucional, da mesma forma como fizeram governantes de outros países que sediaram a competição.

Além disso, o que houve com Dilma ultrapassou em muito uma vaia. Foi falta de educação e grosseria. A vaia poderia até ser interpretada como manifestação política - mas xingamentos e palavrões não se justificam.
É interessante que os protagonistas de tal gesto foram pessoas de bom poder aquisitivo, que tiveram condições para pagar ingressos vendidos a um preço proibitivo para a maioria da população. Aliás, é sintomático que não se visse um só negro na plateia. Se faltasse mais alguma demonstração, o episódio demonstra, mais uma vez, que dinheiro não anda necessariamente ao lado de educação e civilidade.

Felizmente foi generalizado o repúdio à agressão sofrida por Dilma. Não houve quem, na mídia, aprovasse aquela agressão. Mesmo jornalistas de oposição ao governo condenaram a grosseria.
Só uma voz destoou. A do candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves. Certamente o preferido dos que ofenderam a presidente. Num primeiro momento, Aécio justificou o comportamento deselegante. "Dilma está colhendo o que plantou", afirmou, sem explicar muito bem o sentido de suas palavras.

Posteriormente, ao perceber o repúdio geral à agressão, o candidato do PSDB mudou o discurso e condenou, ainda que com ressalvas, os xingamentos à presidente.
Melhor assim. Antes tarde do que nunca.
Que o episódio fique como aprendizado.

A luta política, muitas vezes, é exacerbada. Eventualmente chega a perder a civilidade. Mas é preciso cuidado: quando começam ofensas e grosserias, as questões de fundo, os temas substantivos da política – que deveriam estar à frente do debate - se perdem e são esquecidos.
Insulto e xingamento impedem um mínimo de diálogo, necessário até mesmo entre adversários.

E quem perde é a democracia.

Quem preza por ela deve ter sempre isso em mente.

Que fique a lição para os mal-educados do Itaquerão e para o candidato da preferência deles.

Alfio Bogdan

sábado, 21 de junho de 2014

dan2010: O chororô das viuvas do Quinzão que ficam no Brasi...

dan2010: O chororô das viuvas do Quinzão que ficam no Brasi...: — ► A empresária afoita, em defesa da minoria “xingadeira” por ocasião da inauguração da Copa 2014, saiu-se com esta: “Não sentirei vergonh...

O chororô das viuvas do Quinzão que ficam no Brasil

A empresária afoita, em defesa da minoria “xingadeira” por ocasião da inauguração da Copa 2014, saiu-se com esta: “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”.  Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”. Não deixando por menos, o Guru da direita afirmou que o vermelho do “logo da Copa” faz propaganda do comunismo.  E aí, como fica a Coca Cola nesta?

>Repórter de um dos jornalões fez publicar entrevista com Felipão. Após a divulgação do feito descobriu-se que se tratava de um sósia. Este jornal é aquele que publicou ficha falsa da Dilma que alguns incautos ainda divulgam no facebook. Ai está a credibilidade em ruína. Não dá para não crer nisso.

Aécio, copiando Bornhoausen – este filiado ao PSB/SC –, sapecou a frase ainda mais esdrúxula: O PT será ‘varrido’ do governo esquecendo-se que quem já o tentou está de viagem marcada para Miami após garantir polpuda aposentadoria. Inocente ou bobinho, Aécio já havia embarcou naquela de “Não Vai Ter Copa” – NVTC, sem se atentar que tais coxinhas têm rendas acima de 10 salários mínimos.


>Menosprezando a causa dos negros e índios que lutam por cotas no Judiciário e a própria AP 470, declara que ('es ist mir ganz egal') traduzindo  (não estou nem aí), a toga colérica abandona a função no STF e rumará a Miami, deixando o chororô dos coxinhas que como viúvas vestem preto em sinal de luto fechado.  
Alfio Bogdan 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

dan2010: Há algo mais democrático que o PNPP?

dan2010: Há algo mais democrático que o PNPP?: Política Nacional de Participação Popular desperta nova onda de histeria na mídia tradicional; revista Veja, de Gianca Civita, fala na cri...

Há algo mais democrático que o PNPP?

Política Nacional de Participação Popular desperta nova onda de histeria na mídia tradicional; revista Veja, de Gianca Civita, fala na criação de sovietes; Fernão Mesquita, herdeiro do que restou o Estadão, chama decreto 8.243 de "golpe contra a democracia"; iniciativa do governo é taxada de "bolivariana"; na verdade, o que há por detrás dessa distorção factual de cunho ideológico é uma medida que aprofunda e aperfeiçoa a democracia brasileira; conselhos populares sobem de patamar como organismos formuladores, garantidores e aplicadores de políticas sociais; movimento está em sintonia com viés das maiores democracias do mundo, como a dos Estados Unidos, que caminha para a institucionalização do orçamento participativo; grita era esperada.
11 DE JUNHO DE 2014

247 – O papel, como se sabe, aceita tudo. Neste momento, em editorais como o da edição atual da revista Veja, do empresário Gianca Civita, no rancor de um dos herdeiros do que vai restando do jornal O Estado de S. Paulo, Fernão Mesquita, e em diferentes páginas da mídia tradicional e familiar, o papel está aceitando uma grande distorção factual provocada pelo viés ideológico. Trata-se do enfoque dado ao decreto 8,243, assinado no mês passado pela presidente Dilma Rousseff, que estabelece a Política Nacional de Participação Popular.

Classificado como a criação de soviets no Brasil, de ultrapassagem dos poderes constitucionais do Congresso e, é claro, de "golpe contra a democracia", o decreto nem sequer dá abertura para este tipo de teoria da conspiração. Na medida em que reconhece os conselhos populares como fontes capazes de formular e garantir a aplicação de políticas sociais, a iniciativa simplesmente dá praticidade a diferentes artigos da Constituição de 1988. O texto central da democracia brasileira estabelece como forma legítima de participação da população a criação de organismos para o maior ativismo social. Nada de novo em relação ao que os constituintes eleitos pelo povo deixaram em aberto 26 anos atrás. Cabia tanto à sociedade quanto ao governo tornar aquelas palavras em verdade material. É o que aconteceu agora.

No ano passado, quando as manifestações de junho alertaram todo o País sobre as muitas fissuras existentes entre o desejo popular e a realização oficial, formou-se um consenso em torno da necessidade de se dinamizar formas de maior participação coletiva nas instâncias decisórias. Pensou-se até mesmo em candidaturas avulsas à Presidência da República. Todas as ilações extraídas das passeatas foram respeitadas pela mídia tradicional, atenta à imensa perda de leitores que uma trombada com as ruas iria provocar.

De uma hora para outra, a mesma Veja agora taxa de soviets o que, na verdade, são associações de moradores de bairros de grandes cidades, entidades de classe formadas à margem dos sindicatos cartoriais e formações legítimas do público em torno de suas realidades locais. Antes, porém, diante do calor emanado pelas ruas, cobrava-se uma ligação maior entre o governo e as massas – e dizia-se, com todas as letras, que isso não seria feito com êxito apenas por meio da eleição de vereadores, deputados, senadores e cargos executivos como os de prefeitos, governadores e presidente. Não houve que não avaliasse, corretamente, que era preciso ampliar a forma de representatividade do governo nas cúpulas decisórias.

É exatamente essa ampliação de representatividade com legitimidade que o decreto 8.243 oferece à sociedade. Mais uma válvula de escape, mais um canal de diálogo. Em lugar de golpe contra a democracia, como situa Fernão Mesquita, o ex-diretor do finado Jornal da Tarde, que ele próprio conduziu ao abismo, o que se tem é exatamente o contrário. O gesto da presidente Dilma, ainda mais corajoso na medida que, já se sabia, insere mais um ruído contra ela na mídia tradicional, apenas aprofunda e dissemina a democracia brasileira.

Até os Estados Unidos, maior democracia do mundo, já estudam estabelecer a prática de orçamento participativo em suas ações de governo. Na Europa, as consultas populares diretas são frequentes na forma de plebiscitos e referendos. A Política Nacional de Participação Popular segue nessa mesma direção.

| O público que está organizado ou passar a se organizar em torno de bandeiras próprias e específicas sabe, a partir de agora, que jamais estará agindo de maneira clandestina ou ilegal e, mais ainda, recebe um mecanismo constitucional, criado à luz do dia, para exprimir e fazer valer suas necessidades. |
|  O que se vê além disso, como comunismo ou bolivarianismo,são apenas manifestações do atávico, histórico medo que as elitesdo povo. Era esperado. |

Cópia integral do texto apresentado no Brasil247 evitando, portanto, desfigurar o real.

  

terça-feira, 10 de junho de 2014

dan2010: A guerra do Estadão contra a Democracia Participat...

dan2010: A guerra do Estadão contra a Democracia Participat...: A guerra medieval do Estadão contra a democracia participativa O jornal abraça um discurso medieval, retomando um debate que já foi super...

A guerra do Estadão contra a Democracia Participativa

A guerra medieval do Estadão contra a democracia participativa

O jornal abraça um discurso medieval, retomando um debate que já foi superado inclusive no âmbito de organismos como a ONU e o Banco Mundial.

Marco Aurélio Weissheimer / 09/06/2014

O jornal Estado de São Paulo abriu guerra contra a Política Nacional de Participação Social, anunciada no final de maio pela presidenta Dilma Rousseff. Há dias, o jornal vem bombardeando a proposta, afirmando que a “instituição de conselhos populares abriria o risco de criação de um poder político paralelo” no país. O Estadão recorreu a juristas afinados com sua tese para reforçar esses ataques: “A lista de críticos inclui o ministro do STF Gilmar Mendes, que chama o decreto de autoritário, e o ex-ministro da Corte Carlos Velloso, que vê na iniciativa uma coisa bolivariana, com aparência de legalidade”, afirma matéria publicada no último sábado. As críticas do jornal beiram o ridículo ao sugerir que Dilma estaria criando espécies de soviets para acabar com o Parlamento.

Ω—O jornal de São Paulo abraça um discurso medieval, retomando um debate que já foi superado inclusive no âmbito de organismos internacionais como o Banco Mundial e a própria Organização das Nações Unidas (ONU). Esse debate ocorreu aqui no Rio Grande do Sul no final dos anos 80, quando o governo Olívio Dutra instituiu o Orçamento Participativo em Porto Alegre. Os mesmos argumentos requentados agora pelo Estadão como se fossem uma grande novidade, foram utilizados na época pelos adversários da ideia de democracia participativa, como se ela fosse acabar com a atividade parlamentar. O Orçamento Participativo cresceu, se expandiu para outras cidades, foi implementado em nível estadual, sem que isso significasse o fim de câmaras de vereadores ou assembleias legislativas.
Ω=Hoje o Rio Grande do Sul tem um sistema de participação que combina conselhos, participação direta e digital, sem que isso tenha provocado o menor arranhão na democracia representativa. Pelo contrário, ajuda a qualificar o sistema democrático como um todo que atravessa um período de forte crítica na sociedade. Essas práticas de democracia participativa vêm recebendo nos últimos anos sucessivos prêmios de órgãos como ONU e Banco Mundial. O reacionarismo atávico do Estadão parece não conhecer limites, ao retomar um debate completamente superado no muno, ou seja, a combinação da representação com a democracia direta, sem qualquer prejuízo para a primeira. O que não parece superado é a aversão ideológica inesgotável do jornal paulista à qualquer coisa que signifique ampliação e qualificação da democracia. O cheiro da naftalina retirada das gavetas que apoiaram o golpe de 64 impregna os textos publicados agora contra a Política Nacional de Participação Social.

A aversão é tanta que não suporta sequer pequenos avanços neste terreno. Não é por acaso que a Reforma Política não avança no Congresso Nacional. As mesmas vozes e os mesmos argumentos que se erguem agora contra a proposta de Dilma, se manifestaram quando a presidenta apresentou, no ano passado, a proposta de realização de um plebiscito e de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva para fazer a Reforma Política. A manutenção do atual modelo de democracia no Brasil parece ser vital para que o conservadorismo representado pelo Estadão continue desfrutando de privilégios dos quais não quer abrir mão, entre eles, a concentração da propriedade dos meios de comunicação e dos recursos destinados a esse setor.
| Defensor da Política Nacional de Participação Social, apresentada por Dilma Rousseff, e da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para a Reforma Política, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, dispara contra o que chama de reacionarismo e elitismo do Estadão:
|— "Está faltando para os juristas do Estadão ler a Constituição Federal e a própria Lei de Responsabilidade Fiscal, pois ali tem dispositivos legais claros,  incentivando a participação direta da comunidade na gestão dos negócios públicos. Às vezes o reacionarismo e o elitismo ofuscam o brilho de autores de grossos tratados sobre a democracia sem povo, que sempre consagraram a democracia como instrumento de dominação, não como processo vivo de promoção de Justiça e de combate às desigualdades sociais brutais que permeiam a nossa história".
|= A Unesco deve ser considerada pelo Estadão como uma perigosa organização comunista pois defende que é necessário reforçar práticas democráticas de construção coletiva como condição para construção de uma nova ordem social mundial. O organismo da ONU defende, há anos, propostas como: o fortalecimento da participação de movimentos sociais e outras organizações da sociedade civil no processo de tomada de decisões em nível de Estado e de governos; a criação de novas instâncias de regulação em nível nacional e internacional para fortalecer o controle e a participação da sociedade no Estado; abertura de espaços para atores não-estatais como forma de criar uma governança do sistema mundial baseada em princípios democráticos. São estes princípios que orientam a proposta apresentada agora pelo governo brasileiro e é contra isso que o Estadão e outras empresas de comunicação se levantam com seus juristas e intelectuais de plantão.
| A ideologia conservadora e autoritária defendida pelo Estadão é, de fato, o maior obstáculo ao avanço da democracia no Brasil e a maior ameaça de retrocesso em relação ao ponto em que nos encontramos hoje. Essa ideologia promove diariamente a criminalização da política e dos políticos e combate incessantemente qualquer proposta de avanço democrático que melhore a qualidade da política praticada hoje no país. Essa combinação é o que há de mais nocivo para a democracia hoje no Brasil.
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=D4B8220D848545874931AB363BA2E6D5.proposicoesWeb1?codteor=260412&filename=PL+4718/2004

segunda-feira, 9 de junho de 2014

dan2010: Há um conluio em andamento contra Dilma

dan2010: Há um conluio em andamento contra Dilma: < ◄► > Quando a taxa de juros chegou num patamar que todos, inclusive a Fiesp, saudaram como uma taxa civilizada, juros reais de 2%, ...

Há um conluio em andamento contra Dilma

<◄►>Quando a taxa de juros chegou num patamar que todos, inclusive a Fiesp, saudaram como uma taxa civilizada, juros reais de 2%, todo mundo começou a aumentar preço. Porque o empresariado no Brasil deixou de investir quando a taxa de juros ficou muito baixa, ao contrário do que acontece no mundo inteiro. No mundo inteiro, quando a taxa de juros está muito alta, os empresários não investem. No Brasil é o contrário: os empresários investem com taxa de juros alta, porque ela reduz o risco do investimento. Por incrível que pareça! Quem financia o investimento no Brasil é o BNDES, o investimento é com juros subsidiados. Com taxa de juros alta, os empresários podem ganhar no mercado financeiro. O que ajuda a segurar preço não é o fato de que a demanda é contida pelos juros altos. Porque os empresários compensam os preços das mercadorias ganhando no mercado financeiro. Não é preciso aumentar preço: eles estão ganhando em outro lugar. Quando a taxa de juros cai, a primeira atitude do empresário que começa a perder dinheiro no mercado financeiro é aumentar preço. A economia é oligopolizada. Em todos os setores importantes, três ou cinco empresas ou grupos têm mais de 50% do mercado. Como essa profunda oligopolização, os grandes grupos têm o poder de arbitrar preços. Dilma foi punida fazendo o que todo mundo pediu: redução consistente de taxa de juros e aumento consistente do câmbio, desvalorização do real. Quando o câmbio bateu em R$ 2,4 e os juros em 7,5% todo mundo reagiu contra. Há agentes econômicos com grande poder de veto a medidas que representam, do ponto de vista dos rentistas, perda de renda. Esses agentes não permitiram dólar alto e juro baixo.

<◄►>Existe um conluio antidistributivo no Brasil. Reúne as classes médias, que querem juro alto para garantir sua aposentadoria, sua viagem internacional, para garantir dólar baixo. Interessa a essa classe media e parte dela está contra o governo, é conservadora. Vai votar contra, apesar de ter ganhado muito com a taxa de juros. Essa classe média é antidistributiva, é contra as políticas do tipo Bolsa Família, de melhoria da vida dos mais pobres. A indústria reclama da taxa de juros, mas, quando a taxa de juros cai, responde com aumento de preços. O resultado é aumento de preços, não investimento. Aí é o aumento da taxa de juros para conter a inflação. O BC não tem outra saída a não ser aumentar os juros. O setor de serviços é o maior responsável pelos aumentos de preços. São três agentes muitos poderosos: tem consumidores, uma certa fatia de rentistas que é grande, de 25% a 30%, que ganha com as taxas de juros dos fundos públicos; têm a indústria e o setor de serviços. Quando se aumenta a taxa de juros, se transfere diretamente recursos do Tesouro nacional para esses agentes. A taxa de juros é fruto de uma luta política entre agentes econômicos para o aceso dos fundos públicos no Brasil. O governo percebeu a sinuca de bico em que estamos metidos decorrente de muitos anos de taxas de juros muito altas e inflação baixa –para os padrões brasileiros.
Como esse conluio pode ser enfrentado?
<◄►>A indústria brasileira foi muito fragilizada. A China ficou 20 anos com o câmbio muito desvalorizado e todo mundo foi para lá. Antes tinha sido o Brasil, o México. Isso não tem mais volta, é uma configuração da economia mundial. O Brasil perdeu, mantendo muito valorizada sua moeda nesse período. O processo é de longo prazo. A China levou 30 anos para chegar onde está. O Brasil tomou outro caminho e não se reverte uma política assim em pouco tempo. A política de redução de juros e desvalorização do câmbio durou um ano e meio com Dilma, e ela foi punida pelos agentes que são contra essa guinada. Isso não quer dizer que essa guinada não possa ser dada. Ela provou do custo de dar essa guinada. Poderia ter tentado bancar isso politicamente.

<◄►>Parte do PMDB também é rentista, parte da base do governo também é rentista. A única pessoa que conseguiu uma maioria estável no Congresso foi FHC, no primeiro mandato. Foi um rolo compressor. No segundo mandato, não foi possível. Houve uma coalizão forte nos dois primeiros anos de lula. Depois do mensalão, acabou. Lula ficou mais dependente do PMDB. Dilma continua com uma base muito fragmentada, sem unanimidade no PMDB e inclusive no PT. Numa situação de grande fragmentação, todo o presidente eleito vai depender do PMDB, que vai continuar sendo o fiel da balança no Congresso. Os presidentes vão continuar reféns de uma forma de fazer política que é a do toma-lá-dá-cá.


Essas pessoas [do conluio] não tão preocupadas com crescimento. A crítica ao baixo crescimento é resultado da crítica em geral à política econômica. Mas não há recessão. A Europa é que está parada desde 2009. O que impede o crescimento é a taxa de investimento. É uma reação dos empresários à percepção sobre o cenário econômico.