sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Delatora no caso da Educação de Curitiba disse ter recebido proposta de propina


Uma das delatoras do caso que investiga o desvio de verbas da Secretaria da Educação do Paraná, disse ao Ministério Público que recebeu uma oferta em dinheiro para não contar o que sabia sobre o esquema. Segundo Vanessa de Oliveira, o dono da construtora Valor, Eduardo Lopes, mandou que a irmã dele oferecesse uma espécie de propina para que ela não entregasse os crimes.

“Ele me mandou, através da irmã dele, ele me mandou uma proposta de R$ 700 mil para que eu fique quieta. Para que eu não faça mais nada. E eu não quero”, afirmou. Vanessa e outra funcionária chamada Tatiane assinavam como donas da empresa, mas era tudo fachada. O verdadeiro dono da construtora seria Eduardo Lopes.

Em depoimento, ele negou que tenha usado a irmã para oferecer dinheiro a Vanessa. Lopes garante que só tomou conhecimento da suposta tentativa de suborno quando prestava o depoimento. O empresário está preso por suspeita de participação na fraude.

Vanessa e Tatiane também detalharam como era distribuída a propina para políticos e pessoas próximas ao governador do Paraná. As duas disseram que as operações eram feitas de duas formas. Na primeira, elas faziam saques diretamente no banco onde a Valor tinha conta. As quantias eram repassadas para Eduardo Lopes, que fazia os pagamentos.

Na segunda, as funcionárias assinavam cheques da empresa em branco e davam as folhas para Lopes, que preenchia os valores que precisava. Ele sacava o dinheiro e fazia os repasses aos políticos.

De acordo com Vanessa, foi o próprio Eduardo quem lhe contou como funcionava o esquema. “Algumas vezes, ele falava: ‘Vou lá pagar os caras’. Isso que ele falou para mim”, garantiu. Os “caras”, segundo as duas, eram: o ex-diretor da Secretaria da Educação, Maurício Fanini; Pepe Richa, irmão do governador e secretário de infraestrutura e logística; Luiz Abi Antoun, primo distante de Richa e investigado por outro caso de fraude na Receita do estado; Juliano Borghetti, ex-vereador de Curitiba e irmão da vice-governadora Cida Borghetti; Durval Amaral, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR); os deputados estaduais Ademar Traiano (PSDB), Plauto Miró (DEM) e Tiago Amaral (PSB). Todos negam.
Alfio Bogdan - Físico e Professor 

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