terça-feira, 22 de outubro de 2019

dan2010: LETALIDADE POLICIAL AUMENTA

dan2010: LETALIDADE POLICIAL AUMENTA: Por  Felipe Betim , no   El País Brasil As ações policiais no Rio de Janeiro raramente passam pelo escrutínio das autoridades competentes, ...

LETALIDADE POLICIAL AUMENTA

Por Felipe Betim, no El País Brasil
As ações policiais no Rio de Janeiro raramente passam pelo escrutínio das autoridades competentes, seja a Polícia Civil ou o Ministério Público, quando resultam em mortes. Ao menos três estudos e relatórios recentes indicam que mais de 90% dos autos de resistência — como são chamadas as mortes cometidas por agentes de Estado durante uma operação — não são investigados ou acabam arquivados. Trata-se de um cotidiano de impunidade que estimula toda sorte de abuso por parte dos agentes públicos. E que agora ronda o caso Ágatha Félix, a menina de oito anos que morreu baleada em 21 de setembro, no complexo de favelas do Alemão. Ela voltava para casa ao lado da mãe numa Kombi quando recebeu um tiro de fuzil nas costas.
Ao contrário do que afirma a Polícia Militar, moradores e testemunhas negam que houvesse troca de tiros no momento e asseguram que o tiro partiu da arma de um policial. Sua morte gerou uma comoção que transbordou as fronteiras do Alemão e aumentou a pressão sobre a política de segurança do governador Wilson Witzel (PSC). Na semana passada, a revista Veja informou que entre 10 e 20 policiais invadiram o hospital Getúlio Vargas, para onde a garota tinha sido levada, e tentaram persuadir os médicos a entregarem o projétil tirado de seu corpo. A menina foi a quinta criança de até 12 anos incompletos morta a tiro — todas elas faleceram durante operações policiais — sob circunstâncias ainda não esclarecidas, de um total de 18 baleadas entre 1 de janeiro e 4 de outubro deste ano, segundo a plataforma Fogo Cruzado. Nesse mesmo período, 43 adolescentes de 12 a 18 anos incompletos morreram baleados, de um total de 70 vítimas.
Nesta terça-feira, um grupo de mães que perderam seus filhos durante operações policiais ou em chacinas, entre outras situações, se reuniu em Brasília com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, e com Alessandro Molon (PSB), líder da oposição, entre outros parlamentares. “Eu mandei meu filho impecável para a escola e o Estado me devolveu ele assim”, contou Bruna da Silva enquanto estendia o uniforme escolar ensanguentado de Marcos Vinícius, um garoto de 14 anos morto durante uma operação policial no complexo de favelas da Maré em junho de 2018. As circunstâncias ainda não foram esclarecidas pelas autoridades e o crime permanece impune, como a maioria. Com a tramitação do pacote anticrime no Congresso, projeto prioritário para o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, essas mães temem que a impunidade seja ainda maior. “Com aprovação desse pacote criminoso, vai ficar ruim para gente. Já está ruim. Eu tenho uma única filha. Ela continua sendo alvo. Na minha laje, eu fui alvo na semana passada”, continuou Bruna.
Os autos de resistência, instrumento jurídico criado no fim dos anos 60, em plena ditadura militar (1964-1985), partem do pressuposto de que os agentes matam em legítima defesa e evita que sejam presos em flagrante. Especialistas afirmam que, na prática, o recurso estimula a impunidade. O relatório da CPI dos Autos de Resistência da Assembleia do Rio, concluída no ano passado, afirma que 98% dos casos ocorridos entre 2010 e 2015 foram arquivados. O documento, que ainda não foi votado pelos deputados estaduais, afirma que o Ministério Público estadual, responsável pelo controle externo das atividades policiais, vem se mostrando “um grande arquivador de casos, colaborando para a impunidade de policiais criminosos”. Já o Judiciário local, explica o relatório, tem se caracterizado pela conivência com as práticas policiais ruins, aceitando muitas vezes a máxima de que “bandido bom é bandido morto” e não garantindo o respeito a uma série de direitos e garantias constitucionais aos moradores de comunidades.
Em sua tese de doutorado em Ciências Polícias, Orlando Zaccone, ex-delegado da Polícia Civil do Rio, analisou cerca de 300 arquivamentos de autos de resistência ocorridos entre 2003 e 2009. “Em todos os pedidos havia indicação de que o fato ocorrera em uma favela, onde constantemente policiais e traficantes trocavam tiros. Ou seja, a identificação do local é um dos elementos que legitimava a morte”, explica ao EL PAÍS. Em seu estudo da linguagem e do tipo de argumento usado nesses arquivamentos, também encontrou com frequência os antecedentes criminais do morto. “Ou seja, pouco se falava da ação policial e muito se falava do local, do morto e de outros elementos, sempre construídos a partir da narrativa dos policiais e nunca dos fatos concretos. Muitas vezes havia incompatibilidade grande entre a descrição dos policiais e o próprio exame cadavérico”, explica.
Em suma, o que estava em jogo era a existência de alguns elementos que poderiam ensejar responsabilidade ou não dos policiais. E as condições do morto era uma delas. O alvo de investigações era a vítima, não o agente. “Eles usavam muito o depoimento dos parentes, o que é uma covardia. Quando eram chamados, eram instados a fazer um inventário moral do morto. A avó dizia se ele deu muito trabalho quando criança, se estudou em colégio interno, se teve envolvimento com drogas… Faziam um inventário não de como os fatos ocorreram, mas do morto”, conta. “Isso é o que legitima a ação do policial e o arquivamento. Os promotores dizem que as falas dos policiais são congruentes com a legítima defesa, mesmo a vítima tendo tomado tiros nas costas”. Sua tese, intitulada Indignos de vida: A Forma Jurídica da Política de Extermínio de Inimigos na Cidade do Rio de Janeiro, foi transformada em livro.
No relatório Você matou meu filho: homicídios cometidos pela Polícia Militar no Rio de Janeiro, publicado em 2015, a Anistia Internacional checou o andamento de 220 investigações de homicídios decorrentes de intervenção policial ocorridos em 2011 na cidade do Rio. Quatro anos depois, tempo suficiente para que houvesse os trâmites judiciais, 183 investigações seguiam em aberto. Isto é, apesar de um Boletim de Ocorrência registrado, nenhuma diligência havia sido feita.
Paloma Lamego, sub-defensora pública-geral do Rio de Janeiro, argumenta que “o conceito da bala perdida faz com que tudo seja tratado como uma fatalidade, como se a gente não tivesse que apurar responsabilidade”. Ela defende que a expressão pare de ser usada. “É quase como se fosse impossível dizer de onde a bala veio, que houve alguma intenção de morte…”, explica.
A Defensoria Pública da qual faz parte foi procurada por familiares de jovens que morreram numa operação policial no morro do Fallet em fevereiro deste ano. Ao menos 14 rapazes, que tinham envolvimento com o crime, foram mortos pela PM. Witzel defendeu a ação dos agentes. Contudo, testemunhas afirmam que eles já estavam rendidos quando, segundo relatam, foram torturados e executados dentro de uma casa. Imagens do imóvel ensanguentado rodaram os jornais e redes sociais. A cena do crime foi manipulada pelos agentes, que levaram os corpos para o hospital sob a justificativa de que prestavam socorro às vítimas. “No Rio, o problema dos autos de resistência é que a PM desfaz a cena do crime, dificultando muito a investigação. No caso do Fallet, em que os agentes alegam ter levado as vítimas para o hospital, não existia socorro possível. Já estavam todas mortas”, explica Lamego. “No caso da morte de Ágatha, por que a arma dos policiais não foi imediatamente recolhida? Tem que existir um comprometimento da Polícia Civil com a investigação e da PM com os protocolos. A gente não encara a letalidade policial com a seriedade que deveríamos encarar”.
No dia 24 de setembro, o Conselho Nacional do Ministério Público acolheu um pedido da ONG Educafro e determinou que promotores e procuradores do país adotem práticas mais criteriosas ao investigar possíveis abusos policiais contra a população negra — principal vítima dessas violações —, fazendo valer o Estatuto da Igualdade Racial. As determinações do CNMP vão no sentido de aprimorar a comunicação com a vítima e seus familiares, assim como de acolher seus depoimentos, informações, provas e alegações, entre outros pontos. O EL PAÍS entrou em contato com o Ministério Público do Rio e com o Tribunal de Justiça do Rio, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

Letalidade policial aumenta

Os números oficiais de mortes cometidas por agentes policiais no Estado do Rio de Janeiro vêm batendo recordes mensais neste ano: de janeiro e a agosto, as polícias já assumiram a morte de 1.249 pessoas, uma média de cinco por dia, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), autarquia vinculada à administração estadual. Na região metropolitana do Rio, a polícia é responsável por quase metade de todas as mortes violentas. 
Porém, esses números se referem apenas aos casos em que o policial assume ter matado uma pessoa e registra sua versão em Boletim de Ocorrência, alegando sempre troca de tiro ou legítima defesa. Os dados não consideram as execuções cometidas por agentes que agem nas sombras ou por milícias, formadas majoritariamente por policiais e bombeiros da ativa ou da reserva. Além disso, o EL PAÍS entrou em contato com o ISP e a Polícia Civil para questionar como são computadas as mortes cujas suspeitas apontam para a polícia — como nos casos de Ágatha e de outras crianças —, mas que ainda estão sob investigação. Nesses casos, as mortes são registradas apenas como homicídios. Essa informação poderá ou não ser atualizada no futuro, conforme o andamento das apurações. Portanto, apesar de os números recentes de autos de resistência já serem alarmantes, é provável que exista uma subnotificação.
Após a notícia publicada pela Veja de que policiais militares invadiram o hospital, Witzel imediatamente tuitou: “Minha posição é firme: tudo será apurado com rigor. Os fatos, se comprovados, são inadmissíveis. Os culpados serão punidos”. Eleito prometendo atirar “na cabecinha de criminosos”, o governador não moderou o discurso quando assumiu o cargo em janeiro. Sua política de segurança, marcada por um endurecimento tanto retórico como operacional, vem recebendo duras críticas de movimentos sociais e especialistas por estimular a violência policial e acabar com a vida de centenas de pessoas, sejam elas criminosas ou não. Ágatha pode ter sido mais uma vítima inocente do Estado.
O governador vem defendendo que sua política tem reduzido os índices de criminalidade no Rio. Logo após a morte da menina, Witzel acabou com o programa que previa gratificações aos policiais que menos matassem. Entre janeiro e agosto deste ano, os homicídios dolosos caíram 21,5% com relação ao mesmo período de 2018, enquanto que as mortes cometidas por agentes de Estado aumentaram 16%. Porém, uma pesquisa feita pelo Ministério Público do Rio mostrou que não há relação entre os dois índices. O estudo, divulgado em 28 de setembro, buscou as áreas onde houve maior redução do número de homicídios e verificou se esses lugares também assistiram a um aumento da letalidade policial. A conclusão é que não há ligação entre esses índices. “A letalidade policial no Rio não está relacionada à variação de crimes contra a vida e contra o patrimônio”, afirmou a pesquisadora Joana Monteiro.
As evidências não parecem convencer as máximas autoridades do país. Na última semana, ao lançar uma campanha publicitária sobre o pacote anticrime, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que um alto número de autos de resistência “é sinal de que o policial trabalha”. O texto enviado ao Congresso pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, prevê que os agentes que aleguem “escusável medo, surpresa ou violenta emoção” após matar podem ficar sem nenhuma punição, cumprindo a promessa de Bolsonaro de ampliar o chamado excludente de ilicitude. Essa parte foi excluída do projeto pelos deputados na Comissão de Segurança Pública logo após a morte de Ágatha.
A reconstituição da morte da menina ocorreu no dia 1 de outubro e contou com a participação de apenas dois policiais militares que estavam presentes no dia do crime. Os agentes afirmaram aos investigadores que um homem que estava na garupa de uma moto havia passado atirando, motivo pelo qual revidaram. A corporação apresentou uma versão diferente na ocasião, ao afirmar que equipes policiais foram atacadas por criminosos em diversas localidades e de forma simultânea. O portal G1 ouviu de integrantes da investigação que a hipótese mais provável é a de que o tiro tenha saído da arma de um policial militar, conforme relatam testemunhas. O laudo do Instituto Médico Legal afirma que o fragmento da bala retirado do corpo da menina é compatível com um fuzil, mas não soube precisar seu calibre — o que dificulta identificar de imediato de onde partiu o tiro. A pergunta agora é se as investigações sobre a morte de Ágatha continuarão e chegarão a um resultado concreto, ou se, como de costume, cairão no esquecimento das autoridades e da sociedade — como em mais de 90% dos casos.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

dan2010: Algumas consequências da operação Lava Jato

dan2010: Algumas consequências da operação Lava Jato: por Fábio Konder Comparato*, em A terra é redonda Até hoje, praticamente em todos os países, o controlador de uma empresa privada é c...

Algumas consequências da operação Lava Jato

por Fábio Konder Comparato*, em A terra é redonda
Até hoje, praticamente em todos os países, o controlador de uma empresa privada é considerado como seu dono ou proprietário.
Nessa condição, ele pode usá-la ou dela dispor como um bem integrante de seu patrimônio, independentemente da dimensão da empresa, seja ela unipessoal ou multinacional. E de acordo com o dogma básico do sistema capitalista, a supressão dessa propriedade é inadmissível.
Mas em que consiste realmente uma empresa?
Entra ela na classificação das diferentes espécies de bens, constante do Livro II da Parte Geral do Código Civil Brasileiro? Certamente não, pois toda empresa é integrada também pelos trabalhadores, seus empregados; pelo menos enquanto os avanços da robótica não os fizerem totalmente dispensáveis…
Pois bem, o Livro II da Parte Especial do novo Código Civil, que entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003, tem por objeto o Direito de Empresa. Em nenhum de seus artigos, porém, consta a definição jurídica dessa instituição; regula-se, tão somente, a figura do empresário e o instituto do estabelecimento.
Acontece que toda organização empresarial, seja ela grande ou pequena, pode ser utilizada como instrumento para a prática de crimes.
Os exemplos são múltiplos, bastando citar os mais comuns, como a corrupção ativa (Código Penal, art. 333), inclusive em transação comercial internacional (Código Penal, art. 337-B); a fraude em concorrência pública (Código Penal, art. 335), inclusive em transação comercial internacional (Código Penal, art. 337-C); ou os crimes contra o consumidor.
Sucedeu que, com o lançamento da chamada operação Lava Jato – a qual, segundo todas as evidências, foi concebida e orquestrada pelos norte-americanos – entraram em foco outras modalidades criminosas, cunhadas nos Estados Unidos, como a organização criminosa (Lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013), além de novos meios processuais de prova, como a colaboração premiada (plea bargain), regulada nos artigos 4º e seguintes da mesma lei, e amplamente utilizada na operação Lava Jato.
Graças a esses “americanismos”, multiplicaram-se processos criminais intentados contra empresários – sejam eles controladores ou membros da diretoria de grandes empresas – além de colaboradores de toda sorte, tais como intermediários e corretores.
A operação Lava Jato foi posta sob o comando de Deltan Dallagnol, membro do Ministério Público Federal muito ligado aos norte-americanos; e os processos criminais dela resultantes foram, desde o início, canalizados para uma Vara da Justiça Federal de Curitiba onde, por curiosa coincidência, atuava o Juiz Sérgio Moro; muito embora nenhuma das grandes empresas neles envolvidas, a começar pela Petrobras, tenha sede na Capital do Estado do Paraná.
Sérgio Moro foi considerado pela revista Fortune, em março de 2016 – exatamente no mês em que ocorreram os famosos protestos contra o governo de Dilma Roussef –, uma das cinquenta personalidades, tidas como líderes mundiais; foi, aliás, o único brasileiro incluído nessa lista.
No mês seguinte, Moro foi designado pela revista Time uma das cem pessoas mais influentes do mundo, sendo mais uma vez o único brasileiro assim considerado.
As consequências da operação Lava Jato foram seriíssimas para as empresas nela envolvidas e prejudicaram, indiretamente, a economia brasileira como um todo.
Mas os empresários controladores de tais empresas, graças às delações que fizeram no esquema de colaboração premiada, conseguiram safar-se em grande parte das penas privativas de liberdade e pecuniárias, cominadas para os crimes de que foram denunciados.
Ou seja, como sempre neste país, os empresários são mais importantes, sob todos os aspectos, que as empresas sob o seu comando.
Como resolver a charada?
A solução me parece simples, mas dificilmente será levada em consideração no ambiente capitalista-oligárquico, em que sempre vivemos.
Se os réus condenados nos processos criminais são os empresários e não as empresas, por que apenar duramente estas últimas e abrandar a punição daqueles?
Seria muito mais racional e conforme ao bem comum determinar em lei que o cumprimento das penas pecuniárias seja feito mediante a penhora da participação dos controladores no capital social, participação essa que seria, findo o processo penal, vendida em leilão público.
Afinal, se o controle empresarial não é uma espécie de propriedade, mas sim um instrumento de poder, dentro e fora da empresa, quem abusa desse poder deve perdê-lo, a fim de não continuar a prejudicar o bem comum da sociedade.
*Fábio Konder Comparato é professor honorário da Faculdade de Direito da USP e Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra.
Alfio Bogdan - Físico e Professor. 

terça-feira, 15 de outubro de 2019

dan2010: “Apagar o professor é apagar o futuro.”

dan2010: “Apagar o professor é apagar o futuro.”: “Apagar o professor é apagar o futuro.” Por Maria Clotilde Lemos Petta* A data comemorativa do Dia do Professor — 15 de outubro —, nest...

“Apagar o professor é apagar o futuro.”

“Apagar o professor é apagar o futuro.”
Por Maria Clotilde Lemos Petta*
A data comemorativa do Dia do Professor — 15 de outubro —, neste final da segunda década do século XXI, deve ser oportunidade para uma reflexão sobre o papel deste profissional na sociedade glorificada como sendo do “conhecimento”. Se, por um lado, ao nível do discurso, a educação, e em decorrência o professor, são considerados como decisivos para o futuro das novas gerações e nações, paradoxalmente as condições de trabalho dos professores é marcada pela instabilidade, a precariedade, a intensificação do trabalho docente com tendência inclusive de desprofissionalização.
O português António Nóvoa, um dos maiores especialistas mundiais em formação de professores, aponta também outro paradoxo: a glorificação da sociedade do “conhecimento” se contrapõe com a dificuldade da formação inicial de qualidade na formação continuada dos professores e com o desprestígio acentuado desse profissional. Essa realidade é contraditória, na medida em que, embora os professores sejam atingidos pela desvalorização, continuam com o papel principal na organização do processo ensino-aprendizagem.
No Brasil, com a atual onda conservadora e antidemocrática reforçada pelo governo Bolsonaro, nega-se o papel crucial da ciência e das pesquisas científicas e promove-se todo tipo de ataques à educação e ao professor. O Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), no dia 2 de outubro, em Brasília, no ato “Educação pública, ciência, tecnologia e soberania do Brasil: Não tirem o dinheiro da educação básica e das universidades públicas”, denuncia que “estamos diante da maior ofensiva das elites contra o direito à educação no país”.
Diante deste quadro adverso, crescem pelas várias regiões do país iniciativas de organização de resistência para o enfrentamento às medidas regressivas, arbitrárias e autoritárias do atual governo. Na cidade de Campinas (SP) professores e professoras dos setores público e privado, dos diferentes níveis educacionais, se uniram na organização de uma “Frente ampla em defesa da educação e pela valorização dos professores”. Uma primeira iniciativa dessa Frente foi a construção de uma agenda unitária dos eventos promovidos pelas diferentes organizações no mês de outubro. O “Outubro Unificado em defesa da educação e dos professores” tem implementado uma agenda muito diversa, com atos, debates, palestras, seminários, atividades culturais, festas, caminhadas, com destaque para a mobilização para a Assembleia Extraordinária da Unicamp, em defesa da ciência, da educação e da autonomia universitária no país.
Nessa agenda de lutas, tem-se buscado também uma maior aproximação com setores populares, buscando alertar a população para as consequências desses ataques para o futuro da sociedade brasileira. Neste sentido, foi organizado um evento denominado Ciência na Praça, alternando atividades culturais (teatro, atividade circense e coral) com aulas públicas e demonstração de pesquisas científicas, buscando aumentar a consciência sobre conquistas que só foram possíveis graças ao trabalho de professores, pesquisadores e estudantes. As aula públicas objetivaram também fomentar o debate sobre temas educacionais candentes no atual momento. Entre esses destacamos “A educação e os direitos humanos no Brasil”; “Conversa sobre educação climática com a apresentação de uma maquete dinâmica sobre a necessidade de se manter a floresta em pé”; “A disciplina de sociologia na educação brasileira”; “As escolas cívico-militares”; “A home school”, entre outras.
Enfim, essa luta precisa continuar, seja através do Fórum Nacional Popular de Educação, das organizações sindicais e profissionais nacionais e estaduais, ou seja em lutas locais nos municípios, a exemplo de Frentes Amplas de Educação. Como ressalta o coordenador-geral da Confederação Nacional dos trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee, professor Gilson Reis, “a educação tem muitas possibilidades nesta luta política e nós somos chamados a assumir nossas responsabilidades e que a gente possa continuar acumulando força para uma ruptura maior num futuro próximo” . Faço minhas as palavras da companheira Tide.
*Maria Clotilde Lemos Petta é coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, diretora do Sinpro Campinas e Região e vice-presidente da CEA

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

dan2010: Fantasma que aflige o povo brasileiro

dan2010: Fantasma que aflige o povo brasileiro: Por Maria Andreia Parente Lameiras, Carlos Henrique L. Corseuil, Lauro R. A. Ramos e Sandro Sacchet de Carvalho Os dados mais recentes mo...

Fantasma que aflige o povo brasileiro

Por Maria Andreia Parente Lameiras, Carlos Henrique L. Corseuil, Lauro R. A. Ramos e Sandro Sacchet de Carvalho
Os dados mais recentes mostram que, apesar de alguns indicativos de uma dinâmica recente mais favorável (com geração de empregos apesar dos indicadores ruins de atividade econômica), o mercado de trabalho brasileiro segue bastante deteriorado, permeado por altos contingentes de desocupados, desalentados e subocupados. No que diz respeito à desocupação, nota-se que vem crescendo o número de desempregados que estão nesta situação há mais de dois anos. Se, no primeiro trimestre de 2015, 17,4% dos desocupados estavam nessa situação, no mesmo período de 2019, essa porcentagem avançou para 24,8%, o que corresponde a 3,3 milhões de pessoas. A desagregação dessas informações, feita com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, mostra que, no primeiro trimestre de 2019, a proporção de desempregados há mais de dois anos era maior entre as mulheres (28,8%), entre os adultos com mais de 40 anos (27,3%) e entre os trabalhadores com ensino médio completo (27,4%). Entretanto a análise dinâmica dos dados revela que, na comparação com o primeiro trimestre de 2015, os grupos que apresentaram maior incremento nas suas populações desocupadas há mais de dois anos foram os homens, os trabalhadores mais jovens e os com ensino médio completo, cujas proporções saltaram de 11,3%, 15% e 18,5%, respectivamente, para 20,3%, 23,6% e 27,4%, no período em questão. No caso dos trabalhadores mais jovens, esse resultado acaba por corroborar um cenário de emprego ainda mais adverso, que combina desemprego elevado (27,3%), baixo crescimento da ocupação (0,4%) e queda de rendimento real (-0,8%).
Alfio Bogdan - Físico e Professor.

dan2010: PARA O CONHECIMENTO

dan2010: PARA O CONHECIMENTO: - Os E-mails desclassificados revelam Kadafi morto pela OTAN para impedir a criação de moeda da Líbia. -Um dos mais de 3.000 novos e-ma...

PARA O CONHECIMENTO

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Os E-mails desclassificados revelam Kadafi morto pela OTAN para impedir a criação de moeda da Líbia.
-Um dos mais de 3.000 novos e-mails de Hillary Clinton divulgados pelo Departamento de Estado na véspera de Ano Novo de 2016 contém evidências contundentes de nações ocidentais usando a Otan como uma ferramenta para derrubar o líder líbio *Muammar al-Gaddafi*.
-A derrubada da OTAN não foi para a proteção do povo, mas para impedir a tentativa de Kadafi criar uma moeda africana apoiada em ouro para competir com o monopólio dos bancos centrais ocidentais.
-O e-mail de abril de 2011, enviado à secretária de Estado Hillary pelo conselheiro não oficial e confidente de Clinton, Sidney Blumenthal com o assunto "cliente da França e de Kadafi", revela intenções ocidentais predatórias.
-O Foreign Policy Journal relata:
-O e-mail identifica o presidente francês Nicholas Sarkozy como líder do ataque à Líbia com cinco objetivos específicos em mente:
1-Obter petróleo líbio.
2-Garantir a influência francesa na região.
3-Aumentar a reputação de Sarkozy no mercado interno, afirmar o poder militar francês. ,4-Impedir a influência de Gaddafi no que é considerada Áfricafrancófona
-O mais surpreendente é a longa seção que delineia a enorme ameaça que as reservas de ouro e prata de Gaddafi, estimadas em *143 toneladas* de ouro e uma quantidade semelhante em *prata*, -Representavam o franco francês (CFA) circulando como a principal moeda africana.
-O e-mail deixa claro que as fontes de inteligência indicam que o ímpeto por trás do ataque francês à Líbia foi um movimento calculado para consolidar um poder maior, usando a OTAN como uma ferramenta para a conquista imperialista, não uma intervenção humanitária, como o *público foi falsamente levado a acreditar*
-De acordo com o email:
-Esse ouro foi acumulado antes da atual rebelião e foi projetado para ser usado para estabelecer uma moeda pan-africana baseada no dinar de ouro da Líbia. -Este plano foi projetado para fornecer aos países africanos francófonos uma alternativa ao franco francês (CFA). (Comentário da fonte:
De acordo com indivíduos conhecedores, essa quantidade de ouro e prata é avaliada em mais de US $ 7 bilhões. -Os oficiais de inteligência franceses descobriram esse plano logo após o início da atual rebelião, e esse foi um dos fatores que influenciaram a decisão do presidente Nicolas Sarkozy de comprometer França ao ataque à Líbia.
-O e-mail fornece uma espiada por trás da cortina para revelar como a política externa geralmente é realizada na prática.
-Embora tenha sido divulgado na mídia que a intervenção militar líbia apoiada pelo Ocidente é necessária para salvar vidas humanas, o verdadeiro fator determinante por trás da intervenção foi o fato de que Gaddafi planejava criar um alto grau de independência econômica com uma nova moeda pan-africana , o que diminuiria a influência e o poder franceses na região.
-Kadafi planejava criar um alto grau de independência econômica com uma nova moeda pan-africana
-As evidências indicam que quando a inteligência francesa tomou conhecimento da iniciativa da Líbia de criar uma moeda para competir com o sistema bancário central ocidental, começou a decisão de subverter o plano por meios militares, incluindo a aliança da OTAN.
Muammar Al Gathafi (Left) & Barrack Obama (Right)

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terça-feira, 8 de outubro de 2019

dan2010: Carta de Lula à CUT pelo seu 13º Congresso Naciona...

dan2010: Carta de Lula à CUT pelo seu 13º Congresso Naciona...: Veja abaixo a íntegra da Carta de Lula à CUT: Companheiras delegadas e companheiros delegados ao 13º Congresso Nacional da CUT, Dirige...

Carta de Lula à CUT pelo seu 13º Congresso Nacional


Veja abaixo a íntegra da Carta de Lula à CUT:
Companheiras delegadas e companheiros delegados ao 13º Congresso Nacional da CUT,
Dirigentes da nossa querida Central,
Delegadas e delegados internacionais,
Desde a sua fundação, naquele inesquecível 28 de agosto de 1983 – e eu tenho um orgulho enorme de ter ajudado a criar essa Central –, a CUT sempre cumpriu um papel fundamental na defesa da classe trabalhadora, da democracia e do desenvolvimento nacional.
Nesses 36 anos de vida e de lutas, a CUT foi participante ativa, e tantas vezes decisiva, das grandes conquistas sociais, econômicas e culturais do povo brasileiro. O Brasil não teria dado, durante os governos populares, o verdadeiro salto histórico que deu, em termos de crescimento econômico, combate à pobreza e à desigualdade, geração de empregos, distribuição de renda e inclusão social, sem a contribuição independente e mobilizadora da CUT.
Da mesma forma, a Central sempre esteve na linha de frente da resistência a toda e qualquer tentativa de ferir a democracia e de confiscar direitos do nosso povo. Basta lembrar, nos anos recentes, a sua tenaz oposição ao golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma, bem como a sua permanente mobilização, em parceria com outros movimentos sindicais e populares, contra a escalada autoritária, antinacional e antipopular que está em curso no país.
Hoje, mais do que nunca, é necessário intensificar a luta para barrar o projeto destrutivo do governo de extrema direita, que ameaça provocar um retrocesso histórico sem precedentes. Foi na luta social e política que derrotamos a ditadura militar e é na luta democrática e transformadora que vamos derrotar o governo Bolsonaro e a tragédia nacional que ele está causando.
O papel da CUT continua insubstituível na defesa da soberania nacional e no combate à escandalosa submissão do Brasil à política unilateral, imperial e guerreira dos Estados Unidos.
Continua insubstituível na luta contra a absurda privatização das nossas maiores – e mais estratégicas – empresas públicas.
E também na luta contra o desmonte criminoso de políticas sociais indispensáveis para a existência digna de dezenas de milhões de brasileiros.
Sem falar na luta contra a exploração predatória da Amazônia e a destruição do sistema de proteção ambiental que levamos tantos anos para construir.
E na luta contra o desemprego, a miséria e a fome que voltaram a assolar o país.
E é claro que a CUT deve continuar liderando a luta contra as tentativas do governo Bolsonaro de fragilizar e destruir as organizações sindicais e a legislação trabalhista.
Por tudo isso, esse 13º Congresso é muito importante não só para a CUT e a classe trabalhadora, mas para o país como um todo.
Tenho certeza de que vocês tomarão as decisões necessárias para atualizar e fortalecer a organização da Central e para traçar um plano de lutas à altura dos graves desafios nacionais.
Tenho certeza de que a CUT continuará também prestando a sua solidariedade ativa às lutas dos trabalhadores da América do Sul, da América Latina e do mundo inteiro, e ajudando a consolidar um sindicalismo internacional democrático e combativo, capaz de enfrentar com êxito a ofensiva do capital para desregulamentar e precarizar o mundo do trabalho.
Gostaria muito de estar aí hoje junto com vocês, como sempre estive. Mas vocês sabem que política e moralmente estou aí sim, abraçado a cada companheira, a cada companheiro.
Daqui onde estou, sem barganhar em momento algum a minha dignidade, muito mais livre que meus algozes, que continuam presos a suas mentiras, envio às mulheres e homens que fazem da CUT esse admirável instrumento de luta do povo brasileiro, a minha mais carinhosa saudação.
Luiz Inácio Lula da Silva
alfio bogdan - Físico e Professor. 


sexta-feira, 4 de outubro de 2019

dan2010: Os Evangélicos e a Política.

dan2010: Os Evangélicos e a Política.: 1. A igreja evangélica alemã apoiou Hitler, no entanto o pastor DIETRICH BONHOEFFER e sua IGREJA CONFESSANTE ficaram com o evangelho de J...

Os Evangélicos e a Política.


1. A igreja evangélica alemã apoiou Hitler, no entanto o pastor DIETRICH BONHOEFFER e sua IGREJA CONFESSANTE ficaram com o evangelho de Jesus.
2. A igreja evangélica sul-africana não só apoiou o "apartheid" como o recriou através do pastor Daniel François Malan, então primeiro-ministro; no entanto o bispo DESMOND TUTU, da IGREJA ANGLICANA, permaneceu com o evangelho de Jesus.
3. A igreja evangélica norte-americana não apenas apoiou a Ku Klux Klan, como a criou. Seu fundador foi um pastor batista. Sim, um pastor batista cujo nome não merece ser lembrado. No entanto, o pastor MARTIN LUTHER KING JR., também batista, não abriu mão do evangelho de Jesus Cristo.
4. A igreja evangélica norte-americana foi decisiva na eleição de Donald Trump, um sujeito vulgar, que tira onda com seus escândalos sexuais, que está no terceiro casamento (para uma igreja que prima pelo "até que a morte os separe..."), no entanto o pastor ALFRED CHARLES AL SHARPTON JR., embora batista, igreja apoiadora de Trump, escolheu o evangelho de Jesus Cristo.
5. A igreja evangélica brasileira foi decisiva na eleição de Jair Messias, um sujeito vulgar, que se orgulha de ter "comido gente" em apartamento funcional, que está no terceiro casamento (para uma igreja "puritana" que prima pelo "até que a morte os separe"...), no entanto a galera da FRENTE DE EVANGÉLICOS PELO ESTADO DE DIREITO e tantos outros poucos optamos pelo evangelho de Jesus Cristo.
6. Os brancos portugueses e brasileiros que obrigavam escravos e escravas a transarem entre si em casas de orgias, em senzalas ou no meio de cafezais para amigos brancos se divertirem, algumas vezes com a presença de um padre, eram cristãos católicos. Também era cristã a esposa que cozinhava o bebê, filho do seu marido, cristão, com uma escrava que ele estuprava dentro de casa. Mas também são católicos DOM HELDER CÂMARA, DOM PAULO EVARISTO ARNS, DOM ADRIANO HIPÓLITO, o PAPA FRANCISCO...
7. Durante a ditadura militar, o pastor batista e capelão do exército, Roberto Pontuschka, à noite torturava os presos políticos e de dia ia às celas orar por eles.
Enfim, o Cristo é um fofo, com sua mensagem libertária e sua revoluçâo de amar. A instituíção igreja não é confiável. Entendem por que tenho medo dos meus próprios irmãos de fé? A maioria deles talvez não me matariam pessoalmente "em nome de Jesus", mas agradeceriam a Deus pela vida de quem o fizesse. Mas mesmo imerecedor, eu tenho o amor do Cristo de Nazaré. Incondicional. Creio nisso. É a minha fé. O Cristianismo NÃO É DONO DE JESUS!"
Ponderação mais que necessária de Isac Machado de Moura
Alfio Bogdan - Físico e Professor. 

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

dan2010: VEM AI UMA SOLUÇÃO SERÁ MAIS DOLORIDA!

dan2010: VEM AI UMA SOLUÇÃO SERÁ MAIS DOLORIDA!: Saiu na FSP! Vamos ver se algum eleitor, que ainda acredita no bozo, terá honestidade intelectual para contestar a visão política e econômi...

VEM AI UMA SOLUÇÃO SERÁ MAIS DOLORIDA!

Saiu na FSP! Vamos ver se algum eleitor, que ainda acredita no bozo, terá honestidade intelectual para contestar a visão política e econômica abaixo. Observem o 9º parágrafo. . .
COM TANTAS CONTRADIÇÕES, SOLUÇÃO SERÁ MAIS DOLORIDA!
O Brasil vive uma crise profunda. A estagnação da economia, decorrente da dependência do capitalismo mundial, impôs uma grave crise social. Mais desemprego, perda de direitos, precarização e achatamento salarial. Essa situação resultou na atual crise política, em que o governo não representa os interesses da maioria do povo e da nação.
O grande capital quer se proteger da crise e implementa diversas medidas para salvar as grandes empresas e o capital financeiro. Apropriação de bens da natureza (petróleo, minérios, energia, água e biodiversidade) para obter uma renda extraordinária. Corte dos direitos trabalhistas para aumentar sua taxa de lucro. Privatização de 133 empresas que dão muito lucro. Transformação do direito à educação e à saúde em mercadoria. Subordinação ainda maior do nosso destino ao capital dos Estados Unidos.
Para levar adiante esse plano, somente com um governo de extrema-direita. Para elegê-lo, tiveram que prender arbitrária e injustamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito na disputa.
Agora, vem à tona os crimes da dupla de Curitiba que usou o apoio da mídia à Operação Lava Jato para se locupletar com benefícios pessoais. E só conseguiram eleger o capitão com mentiras nas redes sociais, com apoio de robôs do exterior.
A situação do país está piorando, em todos os sentidos. Sem investimentos produtivos, a estagnação seguirá por muitos anos, segundo economistas de todas as correntes.
A concentração ainda maior da renda e da riqueza impede o aumento da demanda e do consumo. Apenas os seis maiores capitalistas do Brasil ganham mais do que a soma da renda de 120 milhões de brasileiros. Os bancos, por sua vez, nunca lucraram tanto.
A crise ambiental se aprofundou com as políticas de desmonte dos órgãos ambientais, os crimes dos madeireiros, a expansão do agronegócio e das mineradoras, especialmente na Amazônia.
Não há futuro com este governo e seu plano para tirar o grande capital da crise. A verdadeira saída é construir um programa de desenvolvimento baseado na reindustrialização, no controle dos bancos, no investimento na produção, na agricultura de alimentos e no mercado interno. As empresas públicas, como Petrobras, Eletrobras e Correios, devem ser defendidas para elevar os investimentos e sustentar um novo ciclo de crescimento, emprego e distribuição de renda.
Os militares que se diziam nacionalistas e defensores do povo estranhamente silenciam. Devem estar envergonhados do capitão que apoiaram. O Poder Judiciário, omisso ou conivente, deveria cumprir a Constituição Federal, agir imparcialmente e soltar Lula da prisão.
O povo precisa ir às ruas lutar por emprego, educação, saúde e em defesa da soberania nacional. Assim, será construída a unidade política de forças populares e setores empresariais que ainda queiram defender o país ?e não apenas seus bolsos.
Ainda estamos longe de uma solução. A burguesia tem sido surda e burra. O governo é irresponsável e continua com maluquices. E o povo ainda não se mexeu.
No entanto, essas contradições vão se agravar. Quanto mais tempo demorar, mais dolorida será a solução.
João Pedro Stedile - Economista, coordenador do MST e da Frente Brasil Popular
Alfio Bogdan - Físico e Professor.