sexta-feira, 31 de julho de 2015

O que é ser de Direita e Ser de Esquerda segundo Bobbio

São ideais da Direita: (a) o individualismo que deve prevalecer sobre a busca da igualdade (principalmente a valorização da propriedade e da livre iniciativa para investir); (b) a intuição (irracionalismo); (c) tudo o que é sagrado deve primar sobre o profano; (d) a valorização da família tradicional (restrições ao divórcio, proibição do aborto e do homossexualismo); (e) o elogio da nobreza e do heroísmo (a felicidade pode ser um mal); (f) o racismo; (g) o militarismo e a obsessão com a defesa e a segurança nacional; (h) o crescimento econômico que deve prevalecer sobre a preservação do meio ambiente e dos interesses mais imediatos dos trabalhadores; (i) o anticomunismo, a valorização da ordem, do machismo e da hierarquia (horror à anarquia); (j) a tradição e o conservadorismo e, portanto, a identificação permanente com as classes superiores da sociedade; (l) a valorização da teoria da retribuição no Direito Criminal (a todo crime deve corresponder um castigo expiatório.), ou seja, penas severas para os criminosos, o que pode incluir a defesa da legalização da pena de morte.


Ideais da Esquerda, entre outros: (a) o primado do igualitarismo sobre os direitos da propriedade e do livre comércio; (b) o racionalismo; (c) o laicismo, ou seja, a valorização de tudo o que é profano (a coisa sagrada é relegada ao foro íntimo ou simplesmente eliminada); (d) a busca da felicidade na terra, sem limitações ético-religiosas (legalização do aborto, facilitação do divórcio, casamento de pessoas do mesmo sexo); (e) o horror à oligarquia; (f) o progressismo, a identificação permanente com as classes inferiores da sociedade; (g) a preservação do meio ambiente e os interesses dos trabalhadores, que devem prevalecer sobre a necessidade de crescimento econômico; (h) a inexistência de conceitos absolutos de bem e mal, o que implica penas mais brandas para os criminosos que, pensando bem, não cometeriam crimes, mas, quando muito, cometeriam erros, ou até mesmo poderiam estar defendendo seus direitos (a abolição da pena de morte é uma palavra-de-ordem comum da esquerda contemporânea); e (i) o anti-fascismo e a valorização da paz.

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