Dada a lucidez do texto, entendi-o como necessariamente transcrito. Alex Solnik explana de foram magnifica a ideia principal do momento que vivemos no Brasil.
A retaliação de Cunha não
foi apenas contra o PT e o governo, mas contra o Brasil. Foi a "chave de
ouro" de seu desempenho em 2015 em que mostrou a sua cara, ajudou
decisivamente a afundar o país e a envergonhar os brasileiros.
É óbvio que a palavra
impeachment é assustadora e, se o processo não for barrado pelo STF, que é um
dos locais onde a lucidez e o bom senso prevalecem sobre a histeria vamos ter
um 2016 pior ainda que 2015, mergulhado em incertezas - a situação propícia
para aprofundar qualquer crise econômica.
No entanto, a decisão
descabida, vingativa e canalha de Cunha pode ter uma consequência benéfica:
poderá unir o Brasil em torno de Dilma.
É o que estou sentindo a
partir das primeiras reações da manhã de quinta-feira. Acho que o país vai se
dividir não mais em petistas e tucanos e sim em dois grupos: os homens decentes
que vão se alinhar com Dilma, que é uma mulher decente e os canalhas que vão
marchar com Cunha até o lixão da história.
Como há muito mais
brasileiros decentes do que canalhas, o apoio a Dilma vai aumentar na mesma
medida em que o de Cunha vai chafurdar na pocilga comum.
Estou pressentindo que,
repito, se o STF não acabar com a farra do Cunha, que é o mais provável que
aconteça, pois os ministros do Supremo sabem, mais do que ninguém, que Cunha
não é flor que se cheire, e não faz bem ao país, a maioria da população irá às
ruas desta vez para defender Dilma se não por outro motivo pela simples razão
de que seu oponente é o Cunha. E as mulheres, acho, vão formar na vanguarda.
Esse movimento de união em
torno da presidente poderá ser mais efetivo para tirar o país da recessão do
que as receitas do dr. Joaquim Levy.
Quem faz o país andar são as
pessoas. Se elas resolverem que vale a pena ir à luta por uma presidente
honesta isto irá gerar uma energia positiva. Que é o principal componente
imprescindível para o país voltar a crescer.
Os números negativos da
economia não refletem apenas erros do governo ou a difícil situação
internacional, mas também o desânimo dos brasileiros. Acho que isso é que às
vezes dá a sensação, para quem viveu aquela época, de que as coisas fluíam mais
durante a ditadura: é que estávamos todos animados, movidos pelo sentimento
contra os generais assassinos.
Animados pelo mesmo
sentimento, desta vez contra o golpe do Cunha, temos tudo a ganhar.
inicialmente publicado no Brasil 247:
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