CARTA ABERTA DE DESFILIAÇÃO DOS DISSIDENTES SINDICALISTAS DO PSB
Às vésperas da votação da
abertura do processo de Impeachment da presidente Dilma Roussef e motivados
pela nota oficial da direção nacional do PSB orientando o apoio à abertura
desse processo, nós, militantes dissidentes do segmento sindical do PSB,
tomamos a decisão de fazer nossa desfiliação coletiva dessa agremiação
partidária de forma responsável e consequente para continuar a irrevogável
defesa da democracia e de seus valores arduamente conquistados e construídos
paulatinamente, em especial pela população brasileira e pela classe
trabalhadora. Nossa desfiliação, entretanto, não nos afastará da base de luta
da CTB pela qual estamos organizados com diversos sindicatos e núcleos
constituídos pela nossa militância, o que não nos obriga a ser coniventes,
orientados ou subordinados à SSB/PSB, entendendo que esse segmento é a base de
apoio que legitima essa agremiação partidária na aliança aos diversos setores
que utilizam a crise econômica, política e ideológica que se assenhorou do país
para perpetrar um golpe aos preceitos democráticos estabelecidos na
CF/88.
É fato que não há crime de
responsabilidade da presidente Dilma constatado e tudo o que foi apresentado e
analisado até agora demonstram a degradação moral e ética dos Poderes basilares
da República Brasileira, o que nos faz enxergar que estamos no auge da luta de
classes no Brasil, reflexo e cerne da crise política e ideológica desse cenário
sombrio sintetizado na votação do processo de Impeachment, que agora o PSB
assume o lado oposto ao que ideologicamente defende seu programa: o socialismo.
Por isso, nossa desfiliação é urgente e necessária. Não há o que fazer juntos
aos golpistas, temos um lado e este é o da luta.
E é somente na luta dos
trabalhadores com os demais movimentos sociais que podemos retomar a
consolidação dos preceitos democráticos voltados a atender os interesses do
povo. Portanto, nosso dever é estarmos nas ruas contra o Golpe, desrespeitando
a orientação do PSB nacional e, por conseguinte, dos sindicalistas dirigentes
que compõem as direções desse partido.
Nossa avaliação é de que, desde
1929, o País vive a mais grave crise econômica de sua história com a
superposição de aspectos econômicos, políticos, sociais e ideológicos que
ameaçam as conquistas acumuladas pela Nação nas últimas duas décadas.
Entendemos ainda que, embora haja fatores internacionais afetando a economia do
país, é inequívoca a constatação de que as chamadas “pedaladas” fiscais e a
escolha por medidas paliativas e não estruturantes deram combustível à ação
golpista dos setores conservadores, que já esperavam o melhor momento para
desequilibrar o atual governo e falir o pensamento ideológico da esquerda.
Aliás, não foi falta de aviso e de advertências acerca dessa possibilidade, que
muitas vezes foram feitos inclusive pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras
ao governo.
Não fechamos os olhos à opção
feita pelo governo por medidas ortodoxas de ajuste fiscal, em detrimento de
políticas econômicas anticíclicas que poderiam nos auxiliar no alcance de um
desenvolvimento social e econômico estruturante, numa substancial
racionalização da malha tributária. Ao fazer essa infeliz escolha, a política
econômica do governo produziu um elevado custo ao povo brasileiro, sobretudo
aos mais humildes e, em especial, aos depositários da esperança de que esta
Pátria pudesse encontrar-se com o seu destino de grande potência mundial, sem
as desigualdades que nos maculam internacionalmente. O que, aliás, ainda
acreditamos ser possível nessa unidade de classe que agora se forma em todos os
cantos do país.
Não podemos repetir os erros
cometidos. Devemos refletir sobre a recusa em se tributar os grandes
sonegadores, as grandes fortunas e o capital especulativo nesse momento ímpar
da crise econômica e de ainda serem emitidas propostas, como o PLP 257/2016 que
versa sobre o pagamento das dívidas dos Estados, que impõem imensos sacrifícios
a classe trabalhadora numa política de ajuste fiscal que traz graves
conseqüências aos que constroem cotidianamente o Brasil através de seu suor, de
sua criatividade, de sua luta, mas que não perde a crença de que o futuro será
melhor e com maiores oportunidades para os seus filhos e netos. Essa sim é a
mea culpa que deve ser feita pela presidente quando vencermos o Golpe e que todos
nós esperamos como aceno do governo para poder, a partir dessa constatação, se
pactuar com a nação um novo caminho, para um novo Brasil; mas com a população e
seus trabalhadores como verdadeira base do governo.
Mas mesmo diante dessa análise
critica do cenário que nos encontramos, fruto em parte de uma opção política do
governo, não podemos ser partícipes de um Golpe Contra o Povo e Contra a
Democracia, pois não há crime de responsabilidade que justifique o impeachment
da presidente Dilma.
Essa sim é a materialização de
que não abdicaremos de nossa missão de defender a democracia e nunca, em
hipótese alguma, desistiremos do Brasil.
Sindicalistas
que assinam sua desfiliação do PSB:
Humberto
Lemos – CEDAE – Sintsama / Diretório Nova Iguaçu-RJ
Luiz Carlos Serafim – UERJ/ Diretório Rio de Janeiro-RJ
Igo Alencar – Transporte Alternativo/ Diretório B.Roxo-RJ
Marco Antônio Corrêa da Silva – FESEP-RJ/ Diretório Resende-RJ
Eduardo Chamarelli Correia Iaspeck – Servidor Público de Resende/ Diretório Resende-RJ
Kerlem Oliveira Gaia – UERJ/ Diretório B.Roxo-RJ
Luiz Carlos Dantas– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Jaime– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Robertinho– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Ana Chirol– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Carlos– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Laércio R. Miranda– Servidor Público N.Iguaçú/ Diretório N.Iguaçú-RJ
Edson Carlos – CEDAE -Sintsama-rj/ diretório de B.Roxo/RJ
Marcelo Costa- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório São João de Meriti RJ
Roberto Rodrigues- CEDAE- Sintsama-rj, Evandro Sintsama-rj/ Diretório São João de Meriti RJ
Jorge Amado- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Alair Revoredo -CEDAE- Sintsama-rj – Diretório Rio de Janeiro RJ
Vitor Duque Estrada CEDAE_Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Waldemar Brasil- CEDAE-Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Rafhael Humberto- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Jorge Roberto- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Luiz Carlos Serafim – UERJ/ Diretório Rio de Janeiro-RJ
Igo Alencar – Transporte Alternativo/ Diretório B.Roxo-RJ
Marco Antônio Corrêa da Silva – FESEP-RJ/ Diretório Resende-RJ
Eduardo Chamarelli Correia Iaspeck – Servidor Público de Resende/ Diretório Resende-RJ
Kerlem Oliveira Gaia – UERJ/ Diretório B.Roxo-RJ
Luiz Carlos Dantas– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Jaime– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Robertinho– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Ana Chirol– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Carlos– CEDAE-Sintsama/ Diretório B.Roxo-RJ
Laércio R. Miranda– Servidor Público N.Iguaçú/ Diretório N.Iguaçú-RJ
Edson Carlos – CEDAE -Sintsama-rj/ diretório de B.Roxo/RJ
Marcelo Costa- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório São João de Meriti RJ
Roberto Rodrigues- CEDAE- Sintsama-rj, Evandro Sintsama-rj/ Diretório São João de Meriti RJ
Jorge Amado- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Alair Revoredo -CEDAE- Sintsama-rj – Diretório Rio de Janeiro RJ
Vitor Duque Estrada CEDAE_Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Waldemar Brasil- CEDAE-Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Rafhael Humberto- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Jorge Roberto- CEDAE- Sintsama-rj/ Diretório Rio de Janeiro RJ
Alfio Bogdan - Físico e Professor
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