segunda-feira, 31 de março de 2014

Não aprovo a redução da maioridade penal...


Não se mexe em cláusula pétrea! PEC neste sentido só é possível por assembléia nacional constituinte. A redução da idade penal, se aprovada, tornara apenável o jovem de 16 anos a 18 anos. Porém, isto, por si só, não avançará e tudo “passará como que se nada tive ocorrido”. É flagrante o descaso com que o assunto é discutido inclusive no Congresso Nacional por interesses de grupos da sociedade que querem tão somente diminuir a idade penal como que se isto bastasse para inibir a criminalidade. Ledo engano! O puro ato prisional não leva à solução e a OAB, por seu presidente Marcus Vinicius, tem posição lúcida conforme apresentação nas audiências públicas na CCJ do Senado.

O jurista Luiz Flavio Gomes, em sua exposição, nesta audiência pública, classificou o tema maioridade como “o mais falso de toda a República”. Em sua opinião a legislação brasileira já prevê a responsabilidade penal do jovem, a partir dos 12 anos, nos termos do Estatuto da Criança e Adolescente - ECA.

“Como dá liga falar aquilo que a sociedade quer ouvir”, mesmo sabendo uma falácia, mais uma vez, agora em ano eleitoral, este palpitante assunto, já reprovado pela CCJ, será levado ao Senado Nacional pelas mãos do Senador Aloysio Nunes. Lembramos que a diminuição da maioridade permitirá apenar jogar o menor de 18 anos no deplorável sistema prisional do Brasil.


O defensor público da União Wagner Araújo Neto lembra que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê seis medidas socioeducativas para atos correspondentes a tipos penais, mais uma vez, só se fala em punição. Porém, o mais importante é atentarmos para a ignorada responsabilidade do Estado na execução de outras medidas, como a liberdade assistida e a prestação de serviços à comunidade, no bojo da proposta a ser levada ao Senado. Importantíssimo dar atenção à execução de Políticas Públicas. 
Alfio Bogdan

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