domingo, 27 de agosto de 2017

Terceirização das UPAs de Curitiba

Leia a íntegra da nota pública do Simepar:
Nota Pública sobre a Terceirização das UPAs de Curitiba
O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná vem a público manifestar seu repúdio ao Projeto de Lei encaminhado pelo Sr Prefeito Rafael Greca que visa a terceirizar a saúde pública e a educação pública de Curitiba.
1.- O atual modelo de prestação de serviços na saúde, de forma direta, por meio de Fundação pertencente ao Poder Público permite maior transparência e controle do dinheiro público. Hoje, os gastos com saúde são necessariamente precedidos de licitação e as despesas são controladas pelo Tribunal de Contas do Estado.
2.- Os médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde são selecionados por meio de concurso público, o que garante que os melhores profissionais estão atuando nas Unidades de Saúde do Município.
3.- Com a aprovação do Projeto de Lei, o Prefeito pode contratar uma entidade terceirizada, da iniciativa privada, sem licitação e esta, por sua vez, poderá efetuar compras de materiais, equipamentos e contratar funcionários, tudo sem licitação e sem concurso. Ou seja, o dinheiro público passará a ser gasto sem controle efetivo e sem a segurança de se estar atendendo ao interesse público.
4.- É temerário esse repasse de recursos públicos a alguém escolhido na iniciativa privada, em especial quando várias Organizações Sociais, idênticas a que o Prefeito pretende contratar para administrar a saúde do Município, estão sendo investigadas pela polícia e pelo Ministério Público, sendo que muitos dos seus gestores foram presos, a exemplo do que aconteceu em Foz do Iguaçu.
5.- O raciocínio é simples: hoje o dinheiro da saúde é gasto com publicidade e transparência. Como é possível que esse dinheiro seja melhor empregado colocando um ou mais intermediários que terão o seu lucro para “mediar” o serviço?
6.- Em meio a greve dos médicos por melhores condições de trabalho, a Prefeitura, sem diálogo com os profissionais e sem consultar a sociedade civil organizada (Conselhos de Saúde, Conselhos Profissionais etc) pretende empurrar a força um modelo de terceirização que serviu para inúmeras fraudes. E mais: considerando os anúncios do Prefeito e do líder do governo na Câmara, as unidades nas quais hoje trabalham médicos e profissionais concursados serão alvo dessa ilícita terceirização, o que evidencia, ainda, o descaso com o funcionalismo municipal.
7.- Trata-se de preocupante proposta que não foi debatida e que não encontra resistência de vereadores pouco interessados em compreender o que estarão aprovando.
Espera-se, assim, chamar a atenção da população para a grave crise em que a saúde de Curitiba entrará caso o projeto seja aprovado.
Mario Antonio Ferrari
Presidente do Simepar
Alfio Bogdan - Físico e Professor - analista de acidentes de trânsito.

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