sábado, 1 de setembro de 2018

Guardadas as devidas proporções, mas...

Assim começa meu amigo Ailton Fernandes:
"Peço desculpas pela insistência do tema, mas é preciso se posicionar, sobretudo para se fazer alguns resgates históricos.
Recentemente um amigo, num debate nessa rede social, comparou a liderança de Lula nas pesquisas eleitorais com a escolha de Barrabás pelo povo na antiga Palestina.
Argumentei, na resposta, que ambos, ao serem apresentados à plebe, já estavam condenados; Barrabás pela justiça romana, preso que foi em flagrante delito. Jesus pelo sinédrio, conselho de anciões dos hebreus. O primeiro foi condenado pelos seus delitos, o segundo por colocar em risco o poder político desses anciões.
Os romanos, à época da páscoa judaica, ofereciam o perdão a alguns condenados como sinal de amizade ao povo conquistado, era mais uma maneira de dominar a colônia.
Insuflado pelo sinédrio, o povo escolheu Barrabás. O resto é a história conhecida por todos.
Nos dias de hoje, eu continuei na minha resposta, as altas cortes brasileiras condenaram Lula sem apresentar provas, além daquelas apontadas por delatores, como aliás, fez Judas Iscariotes.
Hoje o TSE está analisando a elegibilidade de Lula no próximo pleito eleitoral. A minha convicção é que essa alta corte não permitirá a sua participação na eleição, mesmo sem a garantia constitucional do trânsito e julgado.
Mais do que isso, como ocorreu no TRF4 em Porto Alegre, correm com os prazos, desrespeitando todo e qualquer ritual para acelerar a sua impugnação. É bom lembrar que após a escolha da plebe, a páscoa cristã ocorreu num período curto. "Está consumado" diria o condenado.
(Não, não estou comparando uma figura histórica com outra! Apenas comparo os processos de denúncia e de execução da excessiva pena de maneira rápida).
Assisti ao voto de Barroso acerca do processo. Ele não esconde o nervosismos da sua pressa, em influenciar o processo eleitoral, mesmo ao arrepio da lei e dos prazos processuais.
De qualquer maneira o país sairá desse processo da maneira como se desenha: um povo dividido, refém da interpretação espúria da lei com os seus malabarismos e com os direitos sociais ainda mais fragilizados (como o que ocorreu ontem, na mais alta corte do país). Esse é um perigo que ronda a todos nós.
De fato, está consumado, a profecia estava correta".
Texto cuja autoria é Ailton Fernandes _ Sinpro SP e FEPESP
Alfio Bogdan - Físico e Professor 

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