quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Lá e cá....

Lá e cá...

Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu desde 2012 e candidato dos socialistas para presidir a Comissão Europeia desde novembro, trata-se de um político seguro do que faz. Por sua franqueza em discursos e declarações, recebeu a fama de sincero, mas também de duroMartin sugere, necessariamente, —►mais transparência, maior justiça social, impossibilitando a separação destas duas instituições. Ao tempo em que uma cabeça como Martin entende a necessidade da transparência e da justiça social caminharem juntas vemos em nosso país algo muito grave.

Ainda agora vemos a Justiça de SP conceder liminar a seis shoppings para barrar a entrada de menores desacompanhados e pobres a despeito do instituto legal a dizer: "Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador" é passível de reclusão variando de um a três anos. Mesmo assim, em nota à imprensa, um dos Shoppings, o Leblon, disse estar "tomando as medidas cabíveis para garantir segurança aos seus lojistas, consumidores e funcionários".  O pessoal que transita pelos corredores do shopping não é um consumidor em potencial? Por ocasião do "rolezinho" carioca, como os policiais fizeram quais os argumentos, quais as informações necessárias para saber quem é cliente e quem é manifestante? Policiais no exercício de suas funções julgarão quem é quem? Sua função precípua não é garantir a segurança social e o direito do cidadão?

Entendo como indispensável, refletirmos sobre estratégias de aprofundamento do processo de > inclusão social, que sejam capazes de acolher esses jovens e apresentar-lhes novas possibilidades de >ascensão cultural, econômica e social.

>Este estranhamento da classe média às invasões da periferia guarda muita semelhança com o que ocorreu nos aeroportos brasileiros nos últimos anos. O desconforto das classes tradicionais com a chegada em massa da "nova classe média" aos aeroportos foi uma antecipação desse clima de tensão que preocupa freqüentadores dos shoppings paulistas.

«As condições que proporcionaram este estranhamento serão mantidas por algum tempo». Logo, urge uma ação que venha evitar o crescimento da lógica segregacionista a exacerbar os preconceitos e o racismo, promovendo medidas formais e institucionalizadas das discriminações, que já são reais em certos espaços, embora se os entenda isolados.


-->>É fundamental que busquemos a compreensão desses novos conflitos, partindo do pressuposto de que a resolução deles dirá muito sobre o país que teremos nas próximas décadas.<<--

Alfio Bogdan

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