Publicação original - O Cafezinho
Pois é, o pesadelo
Joaquim Barbosa acabou, graças a Deus.
Aquele que era o
ídolo dos coxinhas psicóticos, dos moralistas ingênuos e ignorantes, e que, ao
contrário do que ventilava o senso comum (manipulado pela mídia), não fez
nenhum bem ao combate à corrupção no país, passou a ser execrado no meio
jurídico por sua brutalidade popularesca, midiática e medieval.
Entre os advogados
minimamente progressistas que eu conheço, o nome de Barbosa não é sequer
mencionado. Eles se referem a ele como “aquele cujo nome não pode ser dito”,
tamanho o desprezo por quem fez o jogo da Globo para criar um clima de
violência judicial, linchamento popular e condenar réus sem provas.
Aqui entre nós, nem
mesmo Lewandowski conseguiu escapar ao trator da pressão midiática. Ele também
se vergou e aceitou parâmetros arbitrários e absurdos impostos pela acusação.
Não acho válido
mistificar ninguém, atribuindo-lhe um desempenho sem máculas.
Tenho impressão,
contudo, que talvez fosse humanamente impossível não ceder ao clima de violência
que a mídia impôs. Não posso culpar Lew por não apresentar um heroismo
impossível e talvez suicida.
Ele foi o único que
tentou resistir, e que, em alguns momentos, efetivamente demonstrou vontade
real de não participar de uma campanha infame.
Em contraste com o
restante do tribunal, Lewandowski se revelou um lorde do direito moderno e humanista - um verdadeiro príncipe -,
e conseguiu salvar um pouco da dignidade que Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e
Ayres Britto procuravam sepultar embaixo de toneladas de lixo produzidas pela grande mídia.
Alfio Bogdan - Físico e Professor...
Assino embaixo.
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