terça-feira, 18 de outubro de 2011

Aprimoramento de professores

O Jornal da Ciência, órgão de divulgação da SBPC acaba de trazer a público a concessão de bolsas para professores de ensinos médio e fundamental possam aprimorar-se de volta aos bancos das Universidades.

As bolsas são destinadas a estudantes de Licenciatura que adquirem experiência em escolas públicas da educação básica durante dois anos. Destinam-se também a professores de ensinos médio e fundamental e de universidades que reforçam a formação do futuro professor em escolas da rede pública.
Pelas diretrizes do programa, são concedidos benefícios de R$ 400,00 a formandos, R$ 765,00 a professores do ensino médio e fundamental que supervisionam as tarefas dos formandos em sala de aula; e R$ 1,4 mil a professores universitários (coordenadores) que acompanham as atividades do Pibid praticadas pelos universitários no sistema educacional da rede pública.
Na prática, esse é um acordo entre governo federal, universidades públicas e comunitárias, institutos federais e do sistema educacional da educação básica por intermédio de suas respectivas secretarias.
O objetivo do ministro da Educação, Fernando Hadadd, para os próximos anos é o de expandir as bolsas do Pibid a todos os futuros docentes do Brasil e estimular a carreira do professor da rede pública estadual e municipal. O Brasil forma 100 mil professores por ano, segundo informações da Capes. Se depender das estimativas da diretora do órgão para o próximo ano, pelo menos, metade do número de formandos em Licenciatura deve ser beneficiada pelas bolsas do Pibid.
Histórico -  Até agora, desde o início do Pibid, em 2007, quando foi publicado o primeiro edital, o número de beneficiados totaliza 29,9 mil, entre as bolsas executadas e as em andamento. Na prática, o programa começou a operar no fim de 2008 com o edital lançado no ano anterior, quando foram anunciadas 3,088 mil bolsas. Em 2009 foram lançadas 10,606 mil bolsas, número que veio se somar aos 3,2 mil novos benefícios lançados em 2010 – ano em que o edital atendeu apenas bolsistas de universidades comunitárias e do sistema municipal de educação superior que, até então, não fazia parte do programa.
Este ano foi lançado um edital com 11,418 mil benefícios, número que deve dobrar no próximo ano quando deve ser lançado um edital com 20 mil bolsas, aproximadamente. Assim, atingir um contingente beneficiado de 45 mil bolsas no total. Hoje existem 26,5 mil em operação, segundo a assessoria de imprensa da Capes.
No acumulado deste ano, até 29 de setembro, a Capes registrou desembolsos de R$ 71,895 milhões para o pagamento das bolsas do Pibid. A expectativa de valores desembolsados até o fim deste ano não foi revelada.  No ano passado foram empenhados R$ 80,398 milhões.  Nesses valores são considerados, também, restos a pagar de editais lançados em anos anteriores, segundo esclarecimentos da assessoria de imprensa da Capes.
Abrangência do Pibid - O programa está presente em 146 instituições (universidades federais, estaduais, comunitárias e institutos) e em 1,938 mil unidades do sistema público da educação básica, segundo a Capes.  O número, entretanto, ainda é modesto se considerar que só em São Paulo existem 5,2 mil escolas da educação básica apenas da rede estadual, sem incluir a rede municipal. Esse contingente de escolas atende a cerca de cinco milhões de alunos, segundo dados da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, que possui 50 escolas conveniadas ao Pibid de 18 universidades.
Embora seja bem avaliado por educadores, há quem diga que o Pibid é insuficiente para melhorar a qualidade dos ensinos médio e fundamental da rede pública e atrair graduandos para a carreira de professor por conta, justamente, dos baixos salários.
"Quem quer dar aula para receber um salário de R$ 700 mensais para conceder 20 horas aulas semanais?", indaga Maria Cristina Bertoni, diretora da Escola Estadual Professora Oscavo de Paula e Silva, instalada em Santo André (SP), região do Grande ABC.
Ao destacar que o Pibid está em fase de crescimento, Carmen, diretora de educação básica da Capes, afirma não ter como avaliar os resultados obtidos até agora. Pois se trata de um programa novo e os dados disponíveis, até o momento, são insuficientes para se realizar uma avaliação qualitativa. Hoje o resultado obtido com o programa é avaliado pelas universidades que fazem o processo seletivo dos bolsistas. Para aprimorar tal processo, Carmen adiantou ao Jornal da Ciência  que está em fase de desenvolvimento um sistema eletrônico (software) complementar para avaliar a gestão do Pibid, o qual permitirá fazer uma "avaliação qualitativa" do programa. A expectativa é de que boa parte do sistema seja concretizada até o fim deste ano.
Com o Pibid, Carmen afirma que a Capes pretende dar ao ensino médio e fundamental o mesmo enfoque de qualidade concedida a cursos de mestrado e doutorado no País.  Como exemplo, ela cita a tentativa de inserir bolsistas do Pibid nas ações internacionais de cooperação da Capes. Segundo ela, seis professores de física, bolsistas do Pibid, começaram a realizar no mês passado, um curso de física de partículas no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, em Genebra.
Texto retirado do Jornal da Ciência.
Para maiores detalhes, acesse o site da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: www.jornaldaciencia.org.br/impresso/jc699.pdf

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