sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Norma...Simplesmente normal.

Apenas Norma!

Linda, em sua vida esplendorosa, brilhava seu glamour, e agora nem sei se há sepultura, eis que cremada. O cinema brasileiro, que tanto deve a Norma Bengel, assiste indiferente o “enterro de tua última quimera./ Somente a Ingratidão - esta pantera – / Foi tua companheira inseparável! Vês! Ninguém assistiu à formidável / cremação daquilo que nos restou da fera.

Quinze pessoas assistiram impávidos à formidável “cremação” de tua última quimera. Cadê? Cadê? Não veio? Como pode? São apenas quinze certificadores de tua última viagem livrando-te de tuas angústias e sofrimentos vis: Havemos Bengell, com empáfia, anuncia o Diretor do Espetáculo entregando-lhes o pote com as cinzas daquele corpo que outrora fora tão cobiçado.

Norma Bengell é cultura sim senhor/a, brilhou nas telonas e nas telinhas desempenhando com fulgor a “arte de imitar da vida”. Não só pelo primeiro nu frontal no Brasil — Ó! Ó! Você viu? Em pelo!— Nada a cobrir-lhe as partes pudentes de seu corpo próximo à perfeição.


Envergonho-me das manifestações de minha época, pois no deboche pendurávamos a condição de macho: Nada mesmo, à mostra todo o “parque de diversão”. Não me eximo da participação, pois cantávamos em verso e prosa nossa machidão. Vergonha! Porém Norma, sem norma alguma brilhava nas telas do mundo e agora irá brilhar em nossas saudades.   
alfio bogdan  

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