quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Najla Passos da Carta Maior entrevista Dra. Ceramides Carbonell

Carta Maior ( Najla Passos)  à  Dra. Ceramides Carbonell – 42 anos.

Najla Passos:Você disse que, em Cuba, os estudantes escolhem fazer medicina por vocação. No Brasil, os cursos de medicina são os mais caros, nas universidades particulares, e os mais concorridos, nas universidades públicas e, com isso, acaba que praticamente só os mais ricos, que têm como pagar uma educação de maior qualidade, conseguem acesso a eles.
Dra — "Em Cuba, a oportunidade é a mesma para todos os cubanos. Não há classes sociais diferentes. Todos somos iguais . —Não há discriminações por sexo ou raça. —Sou mulher, sou mulata, mas estou aqui como todos os outros companheiros da brigada."

N.P: — Os brasileiros têm muita dificuldade em entender como vocês podem vir para cá sem receber o mesmo salário pago aos demais profissionais que integram o programa, como vocês aceitam que parte dos seus salários seja retida pelo governo. Como você vê isso?
Dra — "Eu conheço essa polêmica capitalista. É que |>vocês não entendem que nós não trabalhamos por dinheiro, mas por solidariedade, humanismo<|. O comandante Fidel Castro, nosso líder nacional e também latino-americano e mundial, tem uma frase que diz que ‘ser internacionalista é saudar nossa própria dívida com a humanidade’. E nós |>carregamos esse conceito em nosso coração. Desde pequenos, já aprendemos sobre internacionalismo, solidariedade, honradez, bondade, profissionalismo. Eu acho até que o povo cubano não poderia viver sem esses conceitos, que estão na base da sua cultura. Como diz nossa ministra da Saúde, temos um recurso muito grande, que é nosso próprio conhecimento e o amor do nosso povo por outros povos irmãos".


"Cuba é um país pobre e bloqueado, mas nossos indicadores de saúde são excelentes. E isso não tem a ver com muita tecnologia. Estamos entre os cinco países com menor índice de mortalidade infantil: menos de 4,5 por mil nascidos vivos. |>> Isso é graças ao nosso esforço, porque estudamos muito, investimos em pesquisas, «praticamos muito o método clínico, e isso faz a diferença». Também temos uma vigilância epidemiológica muito boa, fundamental para todos. E a saúde cubana é multissetorial: até a população participa. ||>A dengue, por exemplo, é uma doença transmissível. Se o governo não educa sua população, todos morreremos.<|| Senti nestas palavras verdadeira pulada na moleira, pois agarrei a pensar nos números epidemiológicos da dengue em Rio Preto – SP.
Alfio Bogdan
Fonte: Carta Maior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário