Muitas são as versões. Preocupam-me a "visão" de Genro e a "interpretação" de Chaui.
Há que se considerar equivocada a interpretação, por parte
de setores da esquerda, a respeito das consequências políticas de todo o processo
de manifestações até aqui – lógico que de maioria da classe média. “O que está
ocorrendo agora é um debate sobre a correlação de forças no plano da política,
para a aplicação dos princípios que inspiraram a Constituição de 88”. E quem
está ganhando é o “centrão”, pensa Tarso Genro (PT-RS).
“Partido Novo”, à direita do PSDB, é presidido pelo
banqueiro João Amoedo – Grupo Itau -, com sede de privatizações — da Petrobras,
do BB e da Caixa, dos Correios — de sobra é contra as cotas raciais e o
programa social “Bolsa Família”. Declaradamente da direita, está encantando Rodrigo
Constantino, o "menino maluquinho" de Veja; Amoedo tem como princípio
diminuir o tamanho do “Estado brasileiro”, este que acaba de multar o Itaú em
R$ 18,7 bilhões; O “Novo” já tem 360 mil fãs nas redes sociais, bem mais do que
o “Rede, de Marina” ameaçado de atropelamento.
O ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, diz que urge uma “reforma
política”, uma vez que mantida como está, nada mudará - reinventa a roda. A
sociedade brasileira à exaustão condena a forma como se faz política no país.
Há que se atentar ao fato de que a ser mantido o “financiamento privado” de
campanha, a corrupção manter-se-á intrínseca. Uma campanha comedida para a
Câmara, custa em média R$ 400 mi para um salário de R$ 1 mi pelo mandato, logo
vemos ai a fragilidade do interesse público e coletivo.
Ou os setores da esquerda, despojando-se das picuinhas, unem-se
ao redor dos interesses da classe média e as camadas mais carentes, ou a
direita levará esta e, uma vez retomado o poder, ‘destruirá’ tudo o que foi
realizado e haveremos de assistir a uma privatização selvagem jamais vista e
registrada.
alfio bogdan
Nenhum comentário:
Postar um comentário