Voto Nulo jamais!
Desde há 190 anos, no
Brasil, a elite dominante tinha à sua disposição a força que lhe possibilitava apropriar-se
do resultado do trabalho da massa de trabalhadores. Como exemplo, a Constituição
de 1824, advinda de um golpe de Estado, excluía da vida política tanto os escravos,
por lei, quanto a maioria de trabalhadores livres da cidade e do campo. Apenas a
aristocracia tinha direito ao voto.
Por
mais significativos que tenham sido os processos de constituição e desenvolvimento
do Estado não reverteram a política excludente. Toda vez que se levantavam as bandeiras de independência
e de justiça social, as classes dominantes recorriam ao uso da força que elas detinham
de fato e de direito eis que garantidas pelas constituições.
Embora
derrotadas, as sucessivas lutas pela conquista de direitos influíram fortemente
na consciência nacional. A sucessão de movimentos desde o republicano, a revolução
de 1930, as campanhas pelo petróleo, pelas reformas de base, pelas Diretas-Já, trouxeram-nos
ao contrário do que desejavam as elites, a mais rica realidade.
Pregar
o voto nulo é o mesmo que cantar pela campanha de anular, é levar por terra
toda a história de luta empreendida pelo povo brasileiro nestes últimos 190 anos e fazer coro à "cantata" da extrema direita que sonha com o poder de volta à aristocracia e somente ela ditando os fins do governo, do
país e anular o mais significativo movimento nestes 80 anos de Brasil.
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